Naturalmente o Grande Carvalho e a Dona Coruja entravam nestas conversas pois amavam aprender e amavam divagações de filosofia.
De tanto conversar, Pretoso aprendeu a ler e fez uma grande estante de madeira para guardar seus livros.
Leu o livro "Os Três Mosqueteiros e passou um tempo brincando com espadas de galhos e até pediu a Dona Aranha Carrancuda que fizesse uma capa para ele e ainda dormia sonhando que era D'Artagnan.
Quando leu "O Pequeno Príncipe" maravilhou-se com a rosa vermelha que o Príncipe cultivava e meditou muito sobre por que o menino amava tanto uma rosa que era igual a tantas outras.
Decidiu descobrir se ele também poderia amar uma rosa assim.
Pretoso foi ao bosque das rosas e pediu à Rainha das Rosas que lhe desse um filhote de roseira, explicando o que lera no livro e dizendo que queria ele mesmo experimentar este sentimento.
A Rainha das Rosas disse a ele:
" Para você ter uma flor, é preciso cuidar da sua flor e abrir seu coração para amá-la"!
Depois a Rainha das Rosas bateu palmas delicadamente e duas princesinhas rosadas foram buscar a nova roseira para o gatinho.
Pretoso recebeu aquela pequena roseira como se recebesse um bebê; abraçando delicadamente levou sua planta para o jardim onde já tinha preparado o lugar da sua roseira.
Mas Pretoso lembrou-se das formigas que gostam de comer as plantas.
Nervoso ele foi falar com a Rainha das Formigas e pediu que tomasse conta das suas formiguinhas e nunca deixasse que elas comessem sua roseira.
A Rainha das Formigas prometeu que as formiguinhas nunca iriam comer as folhas da roseira de Pretoso e saiu balançando o quadril!
Pretoso cuidou com amor da sua planta. Todo dia olhava para ela, molhava com cuidado, falava e cantava para a plantinha.
Até que um dia, ao olhar pela janela ele viu; sua roseira estava florida,
tinha tantas rosas, todas vermelhinhas. Parecia a ele que elas sorriam felizes.
E não é que sorriam mesmo?
Pretoso ficou tão feliz e entendeu por que o Pequeno Príncipe
amava tanto a rosa dele que era vermelha igual a milhares de
outras e era tão única para ele.
Pretoso cuidava de sua roseira todos os dias e a cada dia ele
se alegrava quando via as rosas balançando as pétalas para que as fadinhas que ali se escondiam saíssem voando.
Pretoso entendeu que cuidar de uma planta, vê-la crescer e
florescer era um ato de amor à natureza e, embora ele tivesse
um grande jardim que cuidava todas as manhãs, aquela roseira era especial e única para ele.
A Rainha das Rosas tinha até um ciuminho porque Pretoso achava sua rosa vermelha mais linda e perfumada do que todas as outras. Era a rosa dele.
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